Ascenção e Queda da Cidade de Mahagonny

sábado, 24 de outubro de 2009 0 comentários



Ficha Técnica

Direção ~ Marcelo Ramos Lazzaratto
Companhia de Teatro Acidental
Censura ~
16 anos
Duração ~ 105 minutos
Elenco ~ Ana Luiza Junqueira, Artur Sartori Kon, Bruna Carla Fernandes de Aguiar, Bruna Lopes e Lima, Bruno Sigrist Martello, Carolina Chmielewski Tanaka, Cauê Berenguer da Silva, Danielly Oliveira, Eduardo Bordinhon de Moraes, Francisco Lima Dal Col, Ivan Montanari Lima, Laura Lima, Mariana dos Reis Dias, Mariana Gonçalves Rodrigues, Mariana Lutti Guerra de Aguiar Zink, Mônica Cristina Lovato, Natália Oliveira Plaisant, Pâmella de Caprio Villanova, Pedro Hermano Machitte de Freitas. Sara Mello Neiva, Tamara Oliveira, Tatiana Mayumi Ramos, Veridiana Cristina Benassi.


Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny foi escrita por Bertolt Brecht em 1930 como uma crítica ao capitalismo. A Companhia de Teatro Acidental, formada por alunos da Unicamp, com direção de Marcelo Lazzaratto, fez uma adaptação do texto mantendo essa crítica, mas exagerando na sexualidade durante a primeira parte da peça. Mesmo assim, tem seus pontos positivos.

Brecht criticava a sociedade capitalista, na qual o dinheiro é mais importante do que todo o resto, inclusive a vida humana. Na peça, Mahagonny é uma cidade onde não existem leis nem trabalho e os homens podem se fartar de bebidas e mulheres. Todos são aceitos na cidade, desde que tenham dinheiro para gastar.
Outro ponto importante é a teoria teatral de Brecht, que defendia o efeito do estranhamento, que o público não se identificasse com os personagens nem que a peça fosse mero entretenimento, assim poderia se distanciar e refletir sobre o que era apresentado. O grupo estudou a forma de apresentação das peças brechtianas e levou muito disso ao palco.

O problema foi o exagero nos elementos sexuais na primeira metade da peça. Talvez isso fosse ousado na década de 60, hoje já parece um pouco gratuito. Leva a peça para o lado do entretenimento e não deixa transparecer toda a crítica que se pretendia fazer.

Fora isso, a encenação está muito boa e com bom ritmo. Os atores trocam de personagens várias vezes durante a peça, o que dá um certo dinamismo e pode eventualmente esconder alguma falha do elenco. Nas peças de Brecht, as músicas ocupam lugar de destaque e estão incorporadas ao texto. Mahagonny possui uma das mais populares canções de Brecht: Alabama Song, que ficou muito conhecida na versão gravada pelo The Doors. Nessa encenação, o grupo optou por não usar as melodias criadas por Kurt Weill e utilizou canções dos Beatles, trocando a letra pelas canções da peça, exceto a já citada Alabama Song.

A melhor da cena é do furacão representado por um ventilador, uma solução simples e muito criativa. Bons momentos como esse é que ficam na lembrança do espectador, até mais que o próprio teor da peça.

Em Bauru, a peça será apresentada nos dias 24 e 25 de outubro, às 20h00 no Teatro Municipal Celina Lourdes Alves Nunes.


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