♦ Anticristo

sexta-feira, 24 de junho de 2011 1 comentários
Título original ~ AntiChrist

Direção ~ Lars Von Trier

Roteiro ~
Lars Von Trier

Produção ~ Meta Louise Foldager

Fotografia ~ Anthony Dod Mantle

Música ~ Lascia Ch'io Pianga, da ópera Rinaldo, composta
por Georg Friedrich Händel.

Gênero ~
suspense/drama

Ano ~ 2009

Elenco ~ Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg

País ~ Dinamarca/ Alemanha/ França/ Suécia/ Itália/ Polônia

Duração ~ 109 minutos



Que o dinamarquês Lars Von Trier é um sádico, todos já sabemos. Mas em “Anticristo” ele, com certeza, se superou, mostrando também um lado masoquista e perverso. Em filmes como “Dançando No Escuro”, “Dogville” e “Manderlay”, Lars submeteu os atores e principalmente o público à um sofrimento psicológico e emocional intenso. Entretanto, nesta produção é possível dizer que podemos sentir o diretor sofrendo juntamente, o que faz com que o filme seja ainda mais torturante.

Logo nos primeiros instantes do longa, temos uma cena deslumbrante de sexo do casal (Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) em câmera lenta e fotografia preto-e-branco, enquanto, paralelamente, seu filho cai da janela. Esta tragédia é o ponto de partida para toda a trama. Os protagonistas então se mudam para uma cabana na floresta do Éden - que, na tradição bíblica, é a habitação primitiva dos homens – com a finalidade de encarar seus medos e superar o trauma. Porém, o caos toma conta e eles acabam tendo que lidar com todas as dores e angústias ao mesmo tempo, em contato com seus sentimentos mais instintivos.

O filme é estruturado em partes: Prólogo e Epilogo e ainda capítulos que se passam na floresta de Éden: Dor, Luto, Desespero e Os três Mendigos. Retoma também algum dos preceitos do Dogma 95, como a naturalidade das locações e iluminação.

O ponto mais forte de “Anticristo” é a interpretação esplêndida de Charlotte Gainsbourg, que nos provoca uma dor terrível e chocante de ver a personagem literalmente enlouquecendo devido a perda do filho. Outra questão a ressaltar é a capacidade genial que Lars Von Trier teve de defender argumentos totalmente opostos, como: “a mulher é culpada / a mulher é vítima”; “ela está torturando / ela está sendo torturada”; entre outros pontos que estão implícitos durante o tempo todo.

As imagens do filme nos dão mais uma prova do talento imenso de Lars, que consegue nos colocar de maneira perturbadora na história. “Anticristo” foi duramente criticado em Cannes por diversos críticos. É, sem dúvidas, extremamente pesado, íntegro, assustador em vários aspectos e difícil de assistir, devido as cenas fortes e por envolver assuntos psicanalíticos, religiosos e morais, mas o resultado é brilhante.


Veja o trailer de "Anticristo"

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